A Promotoria espanhola pediu nesta quarta-feira dois anos de prisão e dez milhões de euros de multa para Neymar e cinco anos para o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell por crimes de corrupção e fraude na contratação do atacante, uma queixa realizada pelo fundo brasileiro DIS, que possuía 40% de seus direitos federativos.
No documento que consta a acusação, o promotor da Audiência Nacional José Perals, que pediu o arquivamento da causa para o presidente do Barcelona, Josep María Bartomeu, por falta de indícios contra ele, reivindica, além disso, o pagamento de 8,4 milhões de euros de multa para o clube espanhol e sete milhões para o Santos.
As autoridades também solicitaram dois anos de prisão para o pai de Neymar e um ano para sua mãe, ambos pelo crime de corrupção, e pede além disso uma multa de 1,4 milhão de euros para a empresa familiar N&N, além de reivindicar a cada um de eles a mesma multa de dez milhões de euros que o promotor pediu para o jogador.
Também nesta quarta, o jornal Marca publico que a DIS pediu a pena de prisão por cinco anos de Neymar e também a de oito anos para Rosell Bartomeu.
A empresa alega corrupção do astro da seleção brasileira e dos pais dele na acusação por escrito que entregou ao juiz, o que renderia uma pena de cinco anos. Contra Rosell e Bartomeu, os delitos alegados são de corrupção e estelionato.
A acusação ainda seria contra os pais do atacante, Odilio Rodrigues, ex-presidente do Santos, empresas que pertencem a Neymar e sua família, além do próprio Barça e do Santos. Além disso, a DIS ainda quer uma indenização, que poderia chegar ao valor de 195 milhões de euros, de acordo com o Marca.
O processo envolvendo a contratação de Neymar pelo Barça em maio de 2013 estava arquivado e foi reaberto em setembro de 2016 após a DIS recorrer. A empresa, que tinha 40% dos direitos econômicos do jogador quando ele deixou o Santos, havia sofrido uma derrota na decisão de primeira instância - o juiz considerou que, apesar de o contrato ter irregularidades, não havia elementos suficientes para confiigurar como crime.
O caso reaberto
A decisão de reabrir o processo atendeu a um recurso do Ministério Público espanhol em conjunto com a Federação das Associações de Atletas Profissionais (FAAP) e o grupo de investidores DIS, que tinha direito a 40% do valor dos direitos econômicos do jogador.
A Audiência Nacional avaliou em primeiro lugar dois contratos assinados em 15 de novembro e 6 de dezembro de 2011 para tomar conhecimento das condições de transferência do jogador e concluiu que há indícios de corrupção.
Por meio do primeiro contrato, o Barcelona se comprometeu a pagar um total de 40 milhões de euros pela transferência e a dar a Neymar um salário de 36,1 milhões em cinco anos, tudo isso a partir de 2014, ano no qual o jogador deixaria de estar vinculado ao Santos e quando o grupo DIS já não teria direitos sobre o atacante.
O segundo documento consistiu em um falso contrato de empréstimo pelo qual o Barcelona repassou a Neymar 10 milhões de euros, mas, segundo o promotor do caso, José Perals, a quantia seria, na realidade, uma antecipação para garantir a contratação.
O tribunal entendeu que o Barcelona fez um acordo com Neymar e a N&N Consultoria, empresa dos pais do atacante, para contratar o jogador por 40 milhões de euros.
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