PM percorreu 300 quilômetros de carro com corpo de embaixador grego na mala
O policial militar Sérgio Gomes Moreira Filho, acusado de ter matado o embaixador grego Kyriakos Amiridis, percorreu cerca de 300 quilômetros de carro com o corpo do embaixador no porta-malas. Após o assassinato, na noite de segunda-feira, o corpo do diplomata foi colocado por Sérgio e por seu sobrinho, Eduardo Moreira Tedeschi de Melo — também preso —, dentro do veículo que Kyriakos havia alugado no dia 21. De acordo com agentes da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), o policial não sabia o que fazer com o corpo e, à procura por um local para desová-lo, foi até o município de Nova Friburgo, na Região Serrana, a cerca de 150km de Nova Iguaçu, onde Kyriakos foi morto.
Entretanto, Sérgio acabou não encontrando, em Friburgo, o local onde incendiaria o veículo e o corpo. Por isso, voltou para Nova Iguaçu, onde, às margens do Arco Metropolitano, ateou fogo ao veículo quase um dia depois do crime. Em depoimento na especializada, o PM disse que teria escondido, na Serra de Nova Friburgo, uma arma de fogo que, segundo seu relato, estava na posse do diplomata quando o matou por asfixia.
A perícia do local do crime, entretanto, desmente o depoimento do policial. Ele afirmou que foi tirar satisfações com o diplomata após descobrir supostas agressões à sua amante, a embaixatriz Françoise de Souza Oliveira. Já na casa de Kyriakos, os dois teriam se envolvido numa luta corporal. O policial sustentou que agiu em legítima defesa: disse que o embaixador estava armado e que, para se defender, o asfixiou.
No entanto, a perícia do cômodo onde o embaixador foi morto revelou manchas de sangue no sofá, o que é incompatível com morte por asfixia. Peritos acreditam que a vítima tenha sido esfaqueada. A suposta arma de fogo do embaixador até agora não foi encontrada.
Sérgio e Eduardo chegam no local do crime
Prisão decretada
Na última sexta-feira, a Justiça decretou a prisão temporária por 30 dias de Françoise; seu amante, o PM Sérgio; e de Eduardo Tedeschi pelo assassinato do embaixador. De acordo com a decisão do juiz Felipe Carvalho da Silva, o PM tentou apagar imagens de câmeras de segurança do circuito interno do condomínio onde o diplomata foi morto — e que mostram a remoção do cadáver.
A polícia ainda investiga a participação de mais uma pessoa no crime. Um mototaxista levou Sérgio a um posto para comprar gasolina e levou o PM até o local onde o carro — com o corpo do embaixador — seria incendiado.
Françoise negou ter participado do plano para matar seu marido. Em depoimento, ela responsabilizou seu amante pelo assassinato e disse que “não tinha culpa” e “que não podia evitar” o crime.
Fonte: Extra
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