Uma semana após o massacre que deixou 56 mortos no Complexo Penitenciário Anisio Jobim (Compaj), três corpos foram encontrados em uma mata ao lado do presídio, em Manaus. Caso sejam de presos do Compaj – o que ainda não é possível dizer, mas é a principal hipótese do governo -, chegará a 100 o número de mortos em presídios da Região Norte desde o primeiro dia do ano.
Além dos mortos no Compaj, houve quatro mortes na Unidade Prisional de Puraquequara, também no primeiro dia do ano, e outras quatro na Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, na madrugada deste domingo. Na sexta-feira, mais 33 presos foram assassinados na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo em Boa Vista, capital de Roraima.
Segundo Jefferson Mendes, diretor-geral de perícia do Instituto Médico Legal (IML) de Manaus, os três corpos encontrados em área ao lado do Compaj estavam sendo resgatados pelos bombeiros nesta tarde de domingo – a localização das vítimas ocorreu por volta das 10h. De acordo com ele, não era possível ainda associar os corpos ao massacre ocorrido no Compaj.
Até agora, apenas as mortes ocorridas no Compaj e no presídio de Puraquequara são atribuídas pelo governo diretamente à guerra entre as facções criminosas Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC), ao qual era ligada a maioria das vítimas nas duas chacinas. Os dois grupos lutam pelo controle dos presídios e do tráfico de drogas na Região Norte.
Já as mortes ocorridas em Roraima seriam um “acerto interno” no presídio, segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes. Raciocínio semelhante tem o secretário de Justiça e Cidadania de Roraima, Uziel Castro, que afirmou que restou apenas o PCC na penitenciária após a remoção de detentos ligados a outros grupos em outubro de 2016, quando um confronto com o Comando Vermelho (CV) deixou dez mortos.
Segundo o governo do Amazonas, as mortes ocorridas na madrugada deste domingo na Cadeia Pública em Manaus foram um desdobramento do massacre no Compaj, mas não podem ser atribuídas diretamente à guerra entre facções.
Após a chacina no Compaj, 286 presos ameaçados e que não eram ligados a nenhuma facção foram levados à Cadeia Pública, que estava desativada desde outubro de 2016 por causa de suas condições precárias. Na sexta-feira, começou um protesto na unidade em razão das más condições, que levou à rebelião e às quatro mortes ocorridas na madrugada deste domingo.
Fonte: Veja.com
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