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terça-feira, 11 de abril de 2017

MPF suspeita de corrupção generalizada no governo Cabral


Procuradores do Ministério Público Federal (MPF) afirmaram hoje (11) que o esquema de corrupção suspostamente liderado pelo ex-governador Sérgio Cabral havia se alastrado para todas as áreas do governo. Em uma entrevista coletiva à imprensa, os procuradores Eduardo El Hage e Rodrigo Timoteo detalharam desvios na área da saúde e adiantaram que até o fim do ano novas revelações serão feitas sobre corrupção em outras áreas.
"Isso não era setorizado no Rio de Janeiro. O governo Cabral roubou dos cofres públicos em todas as áreas, e até o final do ano vamos mostrar isso. Essa é mais uma perna de um esquema criminoso que se instalou", disse El Hage.


Governo Cabral roubou dos cofres públicos em todas as áreas, dizem procuradores
Governo Cabral roubou dos cofres públicos em todas as áreas, dizem procuradores
Foto: Futura Press
A Policia Federal e o MPF cumpriram hoje três mandados de prisão preventiva contra suspeitos de integrar a quadrilha. Foram pedidas as prisões do ex-secretário Sérgio Côrtes, do empresário Miguel Iskin e do suspeito de ser seu operador no esquema, Gustavo Estellita. A PF deslocou 102 agentes para a operação, que inclui uma série de mandados de busca e três conduções coercitivas.
O auditor da Receita Federal Cleber Homem da Silva também participou da coletiva e informou que a estimativa dos investigadores é que os desvios cheguem a R$ 300 milhões entre 2007 e 2016, já que contratos firmados no esquema de corrupção permanecem em vigor até hoje.
O ex-secretário de saúde e ex-diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) Sérgio Côrtes, preso preventivamente hoje, receberia 2% de contratos firmados para aquisição de equipamentos e próteses. O ex-governador ficaria com mais 5%, que renderam a Cabral ao menos R$ 16,4 milhões no período investigado. O percentual que era desviado chegava a 10% dos contratos, com recursos destinados também a operadores do esquema, servidores públicos e ao Tribunal de Contas do Estado, segundo o MPF.
Os pagamentos seriam depositados em uma conta no exterior, pertencente ao empresário Miguel Iskin, que também foi preso hoje. A investigação rastreou que, recentemente, Iskin tentou repatriar R$ 70 milhões. Ele é o dono de empresas fornecedoras de equipamentos e próteses ao estado do Rio e ao Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e também teria comandado um cartel internacional para assumir contratos abertos em pregões eletrônicos.
Por meio dos pregões, a quadrilha chegava a arrecadar 40% dos contratos internacionais, acrescentando nos custos o valor de tributos que não precisavam ser pagos na importação.
Os procuradores e delegados da Polícia Federal responsáveis pela operação, batizada de Fatura Exposta, afirmaram que as investigações continuam, inclusive para identificar se agentes públicos sucessores de Côrtes continuaram a se beneficiar do esquema. Órgãos como o Tribunal de Contas da União, o Ministério da Transparência e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) devem participar das investigações agora que a operação foi deflagrada.
O procurador Rodrigo Timoteo disse que a operação até então se concentrou em contratos de próteses e equipamentos, mas os indícios apontam um possível  alastramento em "todo o sistema de saúde do estado do Rio de Janeiro".
Apesar de o esquema contar com técnicas sofisticadas de criptografia, segundo o MPF, muitas informações foram obtidas porque o operador de Cabral, Luiz Carlos Bezerra, mantinha um caderno manuscrito com detalhes de pagamentos de propina. Os procuradores contaram ainda que Bezerra costumava mandar e-mails para si mesmo com esses dados.
Tentativa de embaraço
O ex-secretário Sérgio Côrtes é suspeito também de tentar combinar depoimento com o investigado que prestou as informações em um acordo de colaboração premiada. Ele não teve seu nome revelado pelo MPF na coletiva.
Segundo os procuradores, Côrtes foi ao escritório do colaborador e ainda enviou um representante para oferecer o custeio da defesa do investigado. O colaborador gravou os encontros com câmeras em seu escritório e entregou os vídeos à operação.
Fonte: Terra

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