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segunda-feira, 13 de junho de 2016

Jovem avisou a mãe pelo celular que iria morrer na boate: 'estão atirando'




Eddie Justice enviou mensagem informando que estava preso em banheiro. Ataque em casa noturna gay matou 50 e feriu 53 em Orlando, nos EUA.

Página da mãe de Eddie tinha uma foto do filho, vítima do ataque em Orlando (Foto: Reprodução/Facebook)
Página da mãe de Eddie tinha uma foto do filho, vítima do ataque em Orlando (Foto: Reprodução/Facebook)
A Prefeitura de Orlando confirmou a morte de Eddie Jamoldroy Justice, de 30 anos, no ataque que deixou 50 mortos e 53 feridos dentro da boate gay 'Pulse' em Orlando, na Flórida, nos Estados Unidos. Até agora, foram divulgados os nomes de 21 vítimas do atirador Omar Saddiqui Mateen.
Eddie enviou uma mensagem no celular da mãe durante o ataque. Ele afirmava a ela que estava no banheiro da casa noturna e que o atirador se aproximava. "Estão atirando. Ele está vindo. Vou morrer". Mina fez também uma declaração de amor para a mãe.
Mina Justice recebeu mensagens da filha, Droy, que estava na boate Pulse durante o ataque (Foto: Arquivo pessoal/Mina Justice)
Mina Justice recebeu mensagens da filha, Droy, que estava na boate Pulse durante o ataque (Foto: Arquivo pessoal/Mina Justice)
Pior ataque da história
O número de mortos faz do ato o pior ataque a tiros da história dos Estados Unidos. O último com proporções comparáveis foi o massacre de 2007 na universidade Virginia Tech, que deixou 32 mortos, segundo a Reuters. Este é o pior massacre terrorista em solo americano, depois do 11 de setembro.
Ao lado de representantes da polícia local, do FBI e de um líder muçulmano, o prefeito da cidade, Buddy Dayer, lamentou dar a notícia de que o número de mortos na casa noturna Pulse era maior que o estimado anteriormente. "Há sangue por todo lado", disse.
O atirador morreu durante a troca de tiros com a polícia. O FBI confirmou no início da tarde a identidade do suspeito: Omar Saddiqui Mateen. Ele tinha 29 anos e era um cidadão norte-americano, filho de pais afegãos. A Polícia de Orlando afirmou que os boatos de que haveria vários atiradores são "infundados".
De acordo com as autoridades, na última semana, o suspeito comprou legalmente duas armas de fogo – uma pistola e uma arma de cano longo.
O agente do FBI Ronald Hopper disse em coletiva de imprensa ter recebido informações de que, antes do ataque, Mateen ligou para o número de emergência 911 e disse ser leal ao Estado Islâmico.
O suspeito já havia sido investigado porque havia citado possíveis ligações com terroristas a colegas de trabalho. Ele foi interrogado pelo FBI em duas ocasiões.
Apesar das investigações passadas, Omar Saddiqui Mateen não estava sendo investigado atualmente e não estava sob observação do FBI. Não há, por enquanto, evidências de que ele tenha sido treinado ou orientado pelo Estado Islâmico, segundo a rede "CNN".
Mais cedo, uma agência de notícias ligada ao Estado Islâmico afirmou que o ataque foi realizado por um "combatente" do grupo, sem fazer referência à identidade de Mateen. O senador da Flórida Bill Nelson disse que não está confirmado que o grupo tenha assumido a responsabilidade pelo ataque.
Em entrevista ao canal de TV "NBC", o pai do suspeito descartou motivações religiosas para o ataque e citou comportamentos homofóbicos. "Isto não tem nada a ver com a religião", disse Seddique Mateen, acrescentando que seu filho ficou transtornado, há mais ou menos dois meses, quando viu dois homens se beijando durante uma viagem a Miami.
A ex-mulher de Mateen disse ao "Washington Post" que ele era violento, mentalmente instável e batia nela constantemente enquanto eles eram casados. Os dois ficaram juntos por 4 meses e não se falavam há mais de 7 anos.
Possível terrorismo

Segundo o presidente Barack Obama, tratou-se de "um ato de terror e ódio".  Ele disse que o FBI investiga o caso como terrorismo, mas reforçou que as motivações do atirador ainda não estão claras.
O FBI trata o massacre como um possível ataque terrorista doméstico, considerando que o suspeito poderia ter "inclinação" pelo terrorismo islâmico.
O governador da Flórida, Rick Scott, disse que, pelo número de vítimas, o ataque é "claramente um ato de terror".
Ataque a boate

A polícia de Orlando informou que foi chamada por volta das 2h (3h de Brasília) e, quando agentes chegaram à boate Pulse, houve troca de tiros do lado de fora e o atirador voltou para dentro e fez reféns por algumas horas.
"Às... 5h nesta manhã, foi tomada a decisão de resgatar as vítimas mantidas reféns dentro do local. Nossos policiais trocaram tiros com o suspeito. O suspeito está morto", disse o chefe de polícia de Orlando, John Mina.
Para entrar na casa noturna, a polícia realizou uma "explosão controlada" com ajuda de uma equipe da Swat. Ao menos um policial ficou ferido na troca de tiros com o agressor, mas a ação da polícia salvou ao menos 30 vidas, disse Mina.
Não ficou claro quando as vítimas dentro do clube morreram, se foi antes, durante a tomada de reféns ou no confronto entre o atirador e a polícia.
O suspeito portava um rifle um rifle AR calibre .223 e uma pistola 9mm semiautomática, além de um "dispositivo suspeito" não identificado nele. O Corpo de Bombeiros deslocou uma equipe de desativação de artefatos explosivos, indicou o jornal local "Orlando Sentinel".
A boate Pulse é uma das casas noturnas mais emblemáticas da causa da comunidade LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais) na Flórida e nos Estados Unidos. O estabelecimento foi fundado em 2004 e faz parte de uma rede comunitária dinâmica na Flórida para "despertar as consciências" sobre a homossexualidade nos Estados Unidos e no mundo.
Fonte: G1

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