Advogado é assassinado por não conseguir tirar traficantes da cadeia
Desaparecido há cinco meses, Roberto Viegas Rodrigues havia se comprometido a libertar chefe do tráfico que acumulava 25 mandados de prisão por roubo e assassinato, no Rio de Janeiro
Roberto Viegas Rodrigues desapareceu em dezembro de 2015 depois de ir ao Morro do Dezoito
O advogado Roberto Viegas Rodrigues, de 26 anos, foi assassinado por traficantes do Morro do Dezoito, na zona norte do Rio de Janeiro, depois que não conseguiu tirar dois traficantes da cadeia. Esta é a conclusão da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) após investigar o desaparecimento do defensor, visto pela última vez no dia 22 de dezembro de 2015.
"Ele havia se comprometido, inclusive já havia recebido o dinheiro para que dois traficantes da mesma facção fossem soltos até o dia 21 de dezembro de 2015. Isso não aconteceu, eles não foram soltos. A vítima viu que ia morrer, conseguiu tomar a arma de um traficante conhecido como Diguinho e o matou. Depois disso, ele foi morto por outros homens da facção”, explicou a delegada Elen Souto, titular da delegacia especializada.
De acordo com as investigações, no dia de seu desaparecimento, Roberto foi ao Morro do Dezoito encontrar o traficante Jean Carlos Nascimento dos Santos, o chefe do tráfico local, conhecido como Di Menor – e nunca mais voltou para casa. O criminoso, cliente do advogado assassinado, tem 25 mandados de prisão expedidos contra si por crimes como homicídio e roubo.
O carro do advogado, usado para ir ao Morro do Dezoito, foi encontrado em uma das entradas de outra favela, também na zona norte do Rio de Janeiro. A região é dominada por uma facção rival à do Morro do Dezoito e, segundo acredita a DDPA, os assassinos teriam abandonado o veículo no local para despistar a polícia.
No inquérito que apura o desaparecimento do advogado, Jean Carlos Nascimento dos Santos e outro traficante, identificado como Claudio Rosa dos Santos, foram indiciados por homicídio e ocultação de cadáver. O Disque-Denúncia está oferecendo recompensa pra quem tiver informações sobre eles.
Fonte: O Dia
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