Atentado terrorista é principal suspeita para queda de avião, admite Egito
Avião da EgyptAir desapareceu quando passava pelo Mar Mediterrâneo em voo que partiu de Paris em direção ao Cairo.
Divulgação
Aeronave da EgyptAir: em novembro, avião de empresa russa foi derrubado por bomba terrorista
Após o presidente da França, François Hollande, afirmar que a investigação não descarta nenhuma hipótese para a queda do avião da EgyptAir, ocorrida na manhã desta quinta-feira (19), o ministro da Aviação do Egito, Sherif Fatih, admitiu que a principal suspeita para o caso é de ação terrorista.
Em coletiva de imprensa no Cairo, Fathi afirmou que não quer tirar conclusões precipitadas, mas que as análises preliminares apontam que a possibilidade de terrorismo é amplamente superior à chance de falha técnica para a tragédia. No total, 66 pessoas estavam a bordo da aeronave.
"Pode se tratar de um ato terrorista, mas, no momento, não temos certeza", declarou Fatih em coletiva de imprensa. "Há hipóteses, mas é preciso analisar primeiro todas as informações recolhidas. Os restos e destroços do avião ainda não foram encontrados."
O chefe dos serviços secretos russos, Alexander Bortnikov, fez coro à declaração do ministro egípcio, e afirmou o desaparecimento do avião da Egyptair trata-se, "provavelmente, de um atentado terrorista".
O caso ocorre meses depois de uma aeronave da companhia aérea russa Metrojet, que acabara de decolar do litoral egípcio rumo à cidade de São Petesburgo, ser derrubada por uma bomba instalada por terroristas do Estado Islâmico, em novembro. Todas as 224 pessoas a bordo morreram.
Principal companhia aérea do país africano, a EgyptAir divulgou comunicados horas antes nos quais pede à imprensa para evitar conclusões acerca da queda do avião – especialmente aquelas que abordam a grande possibilidade de um ato terrorista ter sido responsável pela tragédia.
"A EgyptAir nega qualquer informação ilusória publicada por sites de notícias e redes sociais relacionada ao desaparecimento do Voo MS804 e a companhia confirma que o motivo para o desaparecimento ainda não foi confirmado", disse a empresa em nota.
A EgyptAir explicou que sua equipe de gerenciamento de crise no Cairo analisava a situação do Voo MS804 com atenção e que o primeiro-ministro egípcio, Sherif Ismail, compareceu ao local para acompanhar as investigações preliminares.
"Foi apresentado ao premiê um resumo detalhado da situação pela equipe de crise e ele entrou em contato com todas as autoridades envolvidas para tomarem as ações necessárias para lidar com a crise."
Em março, um outro incidente levou a empresa a protagonizar manchetes em todo o mundo. No dia 29 daquele mês, um voo que ia de Alexandria ao Cairo foi sequestrado com um total de com 81 passageiros. Todos os reféns foram libertados.
O último grande acidente envolvendo a empresa ocorreu em 1999, quando um voo que ia para o Cairo com origem em Nova York caiu no Oceano Atlântico, matando todas as 217 pessoas que estavam a bordo.
Em maio de 2002, o Voo 843 caiu durante uma tempestade de areia em Tunis, na Tunísia, matando 15 dos 64 ocupantes.
* Com Ansa e Estadão Conteúdo
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